domingo, 8 de janeiro de 2012

O tempo e a existência humana

No final de cada ano os canais de televisão fazem uma retrospectiva do ano que está terminando: as tragédias ambientais (enchentes, terremotos e redemoinhos), a pacificação de favelas tomadas pelo tráfico, à posse da presidenta Dilma no Brasil e a sucessiva caída dos ministros, os lances do futebol brasileiro e do mundo, entre outros. Um ano no mundo representa uma grande quantidade de notícias que foram transmitidas pelos meios de comunicação em todo o planeta. Infelizmente o negativo é mais evidenciado, pois o ser humano é ávido por esses assuntos, é uma curiosidade mórbida que toma conta de muitas pessoas e as transforma em seres negativos e sem esperança em um mundo melhor.
No entanto na vida de cada pessoa acontecem as mais diversas alegrias e dramas pessoais. Os mais otimistas fazem um balanço positivo do decorrer da existência, mas a maioria tem um retrato obscuro da vida que passa rapidamente. Sabe-se que existem tempos de alegria e outros de mais tristeza. Quando uns agradecem as graças acontecidas durante o ano, outros choram os momentos dolorosos. Nem os mais ricos e poderosos vivem somente momentos felizes nessa existência terrena, pois todos têm os seus problemas cotidianos e existenciais. A ilusão de uma vida plena aqui na terra é somente um sonho de criança, mas algumas vivem problemas de adulto em sua época infantil. Infelizmente, pois a infância deveria ser somente tempo de alegria.
A crença em uma religião determinada é a única maneira de suportar os pesares aqui na terra e ter esperanças em dias melhores. A cada início de ano as pessoas pedem mais paz e união no mundo, pois ter esperança é uma dádiva concedida pela fé humana. Através da oração muitas pessoas são curadas e transformadas em pessoas melhores. A certeza da existência de um Deus diminui a onipotência humana e sua arrogância. Mesmo com o dinheiro e poder as pessoas podem ser solidários com o outro, e perceber-se como um ser menor diante das tragédias, das doenças e da morte.
A cada ano que se inicia, muitas pessoas renovam suas forças e transformam seus sentimentos, pois é uma nova caminhada na vida de cada um. Muitas pessoas determinam metas para cumprir nesse novo tempo que se delineia no horizonte humano. A presença de Deus é essencial nesse transcorrer da existência, pois muitos obstáculos surgirão para a concretização das metas e somente através da fé, o ser humano consegue vislumbrar um caminho na escuridão dos problemas. Diante de sua pequenez o ser humano necessita de um ser superior que o fortaleça nas dificuldades e opressões. Gostaria de ressaltar que cada ser humano encontra alento em uma religião e o que realmente importa, é sentir amparado pela mão divina.

Reflita: “A esperança é um sentimento essencial para a sobrevivência humana na terra.”.
Sirlene Aliane

Feliz 2012 a todos os leitores!


Professora de Sociologia e Metodologia na Faculdade de Direito do Centro de Estudos Superiores Aprendiz em Barbacena-MG, professora de Filosofia e coordenadora do Garra Vestibulares em Dores de Campos - MG e diretora da Escola Municipal Randolfo Teixeira em Dores de Campos – MG.

O verdadeiro sentido do natal

Qual é o verdadeiro sentido do natal? No mês de dezembro os pais e familiares compram notbooks, celulares, playstations, ipods, etc., para presentear crianças e adolescentes. A tecnologia impera nessa época de consumo tão acelerado. O que mais impressiona são os preços de determinados presentes, pois atualmente não é qualquer coisa que realiza a saciedade dos pequenos tiranos. A grande maioria da população paga esses utensílios o ano todo para garantir o natal de seus filhos, e muitos ficam até endividados. Algumas pessoas compram presentes caros para todos os familiares, comprometendo o orçamento doméstico como um todo.
Em natais não muito antigos, os presentes eram bonecas e carrinhos, e dos mais simples. As crianças brincavam mais e eram muito mais felizes. Em celebrações natalinas as famílias se reuniam e aconteciam as mais diversas brincadeiras: pique, cobra cega, bandeirinha, casinha (comidinha, bonequinhas e carrinhos). Tudo muito alegre e divertido, mas com a maior simplicidade. Gostaria de ressaltar que tudo era alcançado com a maior dificuldade, mas era muito saboroso. No livro tempo de esperas, o padre Fábio de Melo ensina: “O processo de feitura será tão belo que talvez chegue a superar a beleza final.”.
No entanto o que realmente importa no natal é o sentimento de paz e amor que emerge da espera do nascimento de Jesus. A felicidade verdadeira de comemorar a vinda de um salvador que nasceu em uma manjedoura para salvar os homens. A família de Nazaré em sua humildade ainda é o exemplo de fé para a humanidade do século XXI. O que realmente importa são a união e a harmonia das famílias, em torno de um ideal cristão de fraternidade e solidariedade. Acredito que a família é o cerne de toda mudança de valores das pessoas de todos os recantos do mundo.
Sendo assim apesar de muitas pessoas afirmarem que no mundo tem muita maldade e desunião ainda existem pessoas solidárias. No programa profissão repórter no dia 20 de dezembro de 2011, apareceram algumas reportagens de médicos brasileiros voluntários que tratam de doenças em aldeias indígenas brasileiras, no México e na África e em muitos outros lugares do planeta. São profissionais que se deslocam de suas casas e do aconchego da família para curarem males do corpo e da alma, exemplos de solidariedade e amor ao próximo. Muitas pessoas realmente se preocupam com o outro em todas as épocas do ano, não somente no período natalino e essas atitudes que movem o mundo.

Reflita: “O natal é tempo de repensar as atitudes cotidianas em relação ao outro”.

Feliz natal a todos os leitores da coluna!

Referência bibliográfica:

MELO Fábio de. Tempo de esperas: o itinerário de um florescer humano. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2011.


Professora de Sociologia e Metodologia na Faculdade de Direito do Centro de Estudos Superiores Aprendiz em Barbacena-MG, professora de Filosofia e coordenadora do Garra Vestibulares em Dores de Campos - MG e diretora da Escola Municipal Randolfo Teixeira em Dores de Campos – MG.

A corrupção na vivência cotidiana

Na idade moderna o filósofo Kant ensinava: “Faça com que sua ação seja uma norma universal de conduta”. As atitudes do ser humano são responsáveis pelo comportamento das pessoas em todos os lugares do planeta. Atualmente nos deparamos com valores negativos disseminados por muitas pessoas de todas as classes sociais e das profissões mais diversas em todos os âmbitos de convivência. Sendo assim acontecem atos de corrupções corriqueiras até as maiores falcatruas anunciadas nos telejornais todos os dias do ano, e a maioria são de corrupção na política.
Algumas pessoas denunciam os políticos corruptos, mas tem atitudes corruptas em seu cotidiano: como furar filas em bancos, receber trocos indevidos, cometer infrações de trânsito, chegar atrasado ou faltar em serviço público (aproveitando da estabilidade), tirar proveito da amizade com políticos e poderosos, etc. Algumas pessoas não percebem, mas cometem atos de corrupção cotidianamente. No entanto muitos indivíduos não aprenderam como agir corretamente em sua infância.
A família é a grande transmissora de valores positivos, pois os pais devem ensinar aos filhos desde pequenos a se comportar nos vários ambientes de convivência humana. No entanto alguns pais são permissivos e não transmitem limites para os filhos e os mesmos se comportam de maneira inadequadamente em vários lugares. A respeito Reale e Antiseri afirmam: “A sabedoria consiste em dirigir bem a vida do homem, ou seja, em deliberar de modo correto acerca daquilo que é bem ou mal para o homem.” Diante desse pensamento a instituição familiar é detentora do poder de ensinar aos filhos o modo correto de agir em sociedade.
A transmissão de valores positivos e regras acontecem principalmente através do exemplo. A escola também tem um papel fundamental na transmissão de valores, mas sofre muitas vezes com o mau exemplo dos familiares dos alunos. A instituição escolar deve ser uma extensão da casa da criança, pois o tempo de permanência da criança na instituição escolar é mínimo em relação ao da sua casa. Atualmente alguns pais relegam a tarefa da transmissão de valores para a escola, mas a mesma isoladamente não consegue cumprir com esse papel, que é primeiramente dos familiares. Através da união da escola, da família e da igreja as crianças interiorizam valores mais sólidos para conviverem em sociedade e contribuir de maneira positiva para a construção de um Brasil e de um mundo mais harmônico.

       Reflita: “Os valores positivos são transmitidos cotidianamente através do exemplo.”.
Sirlene Aliane

Referência bibliográfica:

REALE, Giovani; ANTISERI, Dario. História da filosofia – Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulinas, 2010.

Abração a todos os leitores!


Professora de Sociologia e Metodologia na Faculdade de Direito do Centro de Estudos Superiores Aprendiz em Barbacena-MG, professora de Filosofia e coordenadora do Garra Vestibulares em Dores de Campos - MG e diretora da Escola Municipal Randolfo Teixeira em Dores de Campos – MG.